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347 titles
- DirectorSamuel BayerStarsJackie Earle HaleyRooney MaraKyle GallnerThe spectre of a disfigured man haunts the children of the parents who murdered him, stalking and killing them in their dreams."Tem o mesmo problema do reboot de Sexta-Feira 13: o vilão foi diminuído a uma sombra pálida da interpretação original." (Alexandre Koball)
"O pesadelo de verdade é para o espectador que assiste." (Josiane K)
"Ninguém deixa os grandes vilões dos filmes de terror oitentistas descansar em paz. Freddy Krueger marcou uma geração naquela época, e é lá que deve permanecer." (Heitor Romero)
"Repugnante." (Junior Souza)
"O horror não é sutil em "A Hora do Pesadelo", que retorna Fred Krueger, assassino que ataca dentro de sonhos. E, se até nos sonhos podem existir crimes reais, que segurança pode haver no mundo? (* Inácio Araujo *) - DirectorFrank DarabontStarsThomas JaneMarcia Gay HardenLaurie HoldenA freak storm unleashes a species of bloodthirsty creatures on a small town, where a small band of citizens hole up in a supermarket and fight for their lives.no
"O desenvolvimento do filme prende o espectador e o final impactante o deixa pensativo por algum tempo após o subir os créditos. No bom trabalho de direção, Marcia Gay Harden é o grande destaque do elenco." (Welinton Vicente)
"O supermercado que funciona como abrigo de salvação dos humanos serve de analogia à própria sociedade, quando o medo passa a ser comunitário e deixa as ruas para invadir nossas próprias casas. Bastante interessante, ainda que cambaleie em certos momentos." (Junior Souza) - DirectorStephen DaldryStarsMeryl StreepNicole KidmanJulianne MooreThe story of how the novel "Mrs. Dalloway" affects three generations of women, all of whom, in one way or another, have had to deal with suicide in their lives.yes
"Quando a dor é maior que a própria vida." (Junior Souza)
75*2003 Oscar / 65*2003 Globo / 2002 Urso de Ouro / 2003 César - DirectorTobe HooperStarsElizabeth BerridgeShawn CarsonJeanne AustinFour teenagers visit a local carnival for a night of innocent amusement, but soon discover that nothing there is innocent or amusing.no
"Tá, Funhouse cozinha a gente durante um bom tempo, mas é divertido de uma maneira que só os representantes dessa safra oitentista conseguem ser." (David Campos)
"Divertidíssimo, com atuações fracas, na mesma proporção das cenas de gelar a espinha." (Alexandre Koball)
"Fica enrolando o tempo todo e só vai para os finalmentes nos últimos cinco minutos. E toda a espera acaba não valendo tanto a pena." (Heitor Romero) - DirectorJean-Marc ValléeStarsEmily BluntRupert FriendPaul BettanyA dramatization of the turbulent first years of Queen Victoria's rule, and her enduring romance with Prince Albert.yes
"Vai além da burocracia das cinebiografias recentes, ao criar um triângulo amoroso interessante. Além de ser artisticamente maravilhoso." (Alexandre Koball)
"Mesmo que pareça, por vezes, apressado, o roteiro é bem feito a ponto de amarrar e compactar bem as histórias. Um filme agradável, belissimamente fotografado e, até certo ponto, instrutivo." (Silvio Pilau)
"O filme em sua instância biográfica é uma concepção elegante e romântica sobre a vida da jovem Vitória, suas barreiras psicológicas e sociais antes de tornar-se rainha. Restringe-se a isso. A beleza e serenidade da inglesa Emily Blunt fortalece a obra." (Marcelo Leme)
82*2010 Oscar / 67*2010 Globo - DirectorRainer Werner FassbinderStarsBrad DavisFranco NeroJeanne MoreauA handsome sailor is drawn into a vortex of sibling rivalry, murder, and explosive sexuality.no
"Algo entre o surreal, o sodômico e o dramático." (Heitor Romero) - DirectorSatyajit RayStarsKanu BannerjeeKaruna BannerjeeSubir BanerjeeImpoverished priest Harihar Ray, dreaming of a better life for himself and his family, leaves his rural Bengal village in search of work."Diz a lenda que Satyajit Ray não tinha nenhuma experiência anterior com cinema. Fica difícil acreditar nessa história ao vermos os belos e rigorosos planos, a naturalidade do elenco, e a sensibilidade na condução de um tema tão universal. Belo filme." (Regis Trigo)
A visão de um grande cineasta por trás do olhar de uma criança.
''O cinema de Satyajit Ray foi influenciado principalmente por dois grandes nomes: o cineasta Jean Renoir e o escritor Anton Chekhov. Do diretor francês, de quem foi assistente de direção em O Rio Sagrado (The River, 1951), Ray herdou em especial o rigor estético, o que explica todo seu apuro técnico e seu manuseio fluente de câmera. Do romancista russo veio a influência nos temas que Ray procurou discutir em suas obras, que se resume basicamente na retratação de realidades tristes, ambientadas na sua maioria em paisagens desoladas, mas privilegiadas por uma abordagem poética e um tanto amarga. Com base nessas grandes referências, Ray construiu um cinema diferente daquele mais popular da Índia. Fugindo dos musicais multicoloridos e do uso dos cenários para a produção de aventuras exóticas, o que o cineasta procurou trabalhar foi no que havia de mais humano em comum em seu país, trazendo ao cinema indiano os princípios reges do movimento neorrealista italiano. ''A Canção da Estrada'' (Pather Panchali, 1955) foi um primeiro passo nessa jornada de Ray, e talvez o mais importante de todos. Não adepto aos popularescos dramas musicais de Bollywood, esse talvez tenha sido o título mais importante do cinema indiano desde a época do cinema mudo, principalmente por ser todo falado no idioma bengali, uma língua minoritária do país, ao contrário da maioria das produções faladas em híndi (a introdução do som no cinema foi ainda mais complicada para a Índia, um país com cerca de 18 idiomas oficiais e mais várias centenas de dialetos). Fora a ousadia de se filmar um filme em bengali, de teor artístico e sem tanto apelo comercial, há ainda a questão da fidelidade à realidade proposta por Ray. Querendo mostrar seu país como um lugar de conflitos também humanos, o maior desafio do cineasta foi convencer não somente o público internacional, como também os próprios indianos. Foi então que o cineasta confirmou seu estilo não só estético (um capricho na composição de planos impressionante para um diretor iniciante), mas também temático. O desapego como consequência da descoberta de novos horizontes foi sempre o tema mais recorrente em sua filmografia. Seja o velho aristocrata decante preso ao passado e incapaz de enfrentar os novos tempos em A Sala de Música (Jalsaghar, 1959), seja o deslumbramento dos irmãos Apu (Subir Bannerjee) e Durga (Uma Das Gupta) diante da modernidade que começava a se enveredar pela zona rural de seu lar, todo o universo do cinema de Ray gira de uma forma ou de outra em torno do impacto da modernidade sobre um milenar conjunto de tradições arraigado em seu país. No caso dos irmãos Apu e Durga, personagens de ''A Canção da Estrada'', tudo é ainda mais impressionante, por se tratar da vida de duas crianças inocentes. Nascidos e criados na pobreza, filhos de uma mãe sofrida e de um pai materialista que está sempre a viajar para ganhar mais dinheiro, os dois são a representação do ser humano em seu estado mais primitivo e natural. Tudo para eles é sempre muito novo e muito impressionante, e a cada dia se aventurando pelas matas que rodeiam sua aldeia é sempre uma nova descoberta. Enquanto deixa a cargo da mãe e da avó representarem o passado indiano, ainda apegado a tradições familiares e religiosas, Ray coloca sob responsabilidade de seus atores mirins trazer uma visão deslumbrada sobre o novo mundo que começava a se formar – e nada melhor do que o olhar inocente e impressionável de uma criança para nos fazer entender isso da maneira mais clara possível. Três cenas-chave exemplificam as principais intenções do diretor com esse filme. A primeira se desenrola quando o pequeno Apu e sua irmã mais velha Durga, escondidos da mãe, escapam para longe da casa apenas para poder ver um trem passando pela ferrovia. Aquela máquina a vapor penetrando um cenário praticamente virgem, rodeado de matas e campos, é como o anúncio de que aquela modernidade tão procurada pelo patriarca da família se aproximava rapidamente, disposta a mudar o conceito de vida que todos ali mantinham. A segunda se dá quando um grupo de saltimbancos aparece vendendo guloseimas e brinquedos, causando euforia entre as crianças da vizinhança, que os seguem hipnotizadas, gritando e cantando de alegria diante de algo tão simples como um doce. A terceira, por fim, traz os dois irmãos dançando e correndo na chuva, em pleno contato com a natureza do local. Com essas duas cenas Ray dá conta de transmitir o que mais queria em seu filme: colocar sua câmera no olhar de duas crianças, tanto para enxergar um mundo novo, quanto para aproveitar o mundo já conhecido. Diante de longos planos que retratam a rotina sofrida desse núcleo familiar, Ray discute não apenas a ânsia/desconfiança com a modernidade, mas principalmente o temor do desapego, o medo do conceito de família ser alterado, maculado – ansiedades expostas em especial pela mãe, a mulher submissa, indignada pelo descaso do marido com a família, sempre nervosa e irritadiça. Reside aí a influência principal do neorrealismo italiano, com o diferencial do teor poético presente m cada cena. Mais que um trabalho de cineasta, A Canção da Estrada é um trabalho de poeta, um homem que foi capaz de extrair de situações tão cotidianas uma beleza singular, explorada ricamente pelo alcance profundo de sua câmera, seus planos amplos e contemplativos, e a fotografia em preto e branco arrebatadora de Subrata Mitra (colaborador recorrente de Ray). Este é o primeiro capítulo de uma trilogia, ou saga vivida pelo personagem Apu, que seria completada posteriormente pelos filmes O Invencível (Aparajito, 1956) e O Mundo de Apu (Apur Sansar, 1959). A trilogia no geral talvez seja a maior representação da combinação de elementos que compõe o cinema poético e sensível de Satyajit Ray – uma mistura de realismo, poesia, amargura e irrepreensível técnica (tudo que Danny Boyle tentou fazer sem sucesso no falho Quem Quer Ser Um Milionário [Slumdog Millionaire, 2008]). Apesar de percebermos muito de Renoir nestes filmes, o que prevalece o tempo todo é a sensação de estarmos vendo algo novo e empolgante – afinal, é da vontade de Ray que seus espectadores sejam assim como seus personagens principais de ''A Canção da Estrada'': crianças inocentes diante de uma nova descoberta." (Heitor Romero)
1955 Palma de Cannes - DirectorOlivier NakacheÉric ToledanoStarsJean-Paul RouveGérard DepardieuAnnie GirardotOne is too shy to start a relationship, other too unsettled to stay in one. Will their friendship help them to find the right woman for both?APENAS BONS AMIGOS
"Uma simpática história e solidão, persistência e esperança no amor." (Alexandre Koball) - DirectorChristopher SmithStarsEddie RedmayneSean BeanCarice van HoutenSet during the time of the first outbreak of bubonic plague in England, a young monk is given the task of learning the truth about reports of people being brought back to life in a small village."Reconheço o rigor dos enquadramentos, a excelência dos atores, e a beleza de sequências como a do helicóptero parado sobre o monastério e a refeição ao som de Tchaikovsky. Mas tudo é tão lento e solene que a sensação geral foi de desconforto e irritação." (Bernardo D I Brum)
- DirectorSam WoodStarsGroucho MarxChico MarxHarpo MarxA veterinarian posing as a doctor teams with a singer and his friends as they struggle to save an upstate New York sanitarium with the help of a misfit racehorse."Os Marx estão afinadíssimos e ágeis como quase sempre aqui, mas há excessos que acabam prejudicando o ritmo do filme, como os longos números musicais." (Alexandre Koball)
"Variação de "Uma Noite na Ópera", só que menos gozado. Algumas cenas resistem muito bem (Groucho imitando vozes ao telefone, Chico vendendo os livros para Groucho, e Harpo fazendo mímica para Chico), o que não aconteceu com o filme de um modo geral." (Regis Trigo)
10*1938 Oscar - DirectorEdward BuzzellStarsGroucho MarxChico MarxHarpo MarxThe Marx Brothers try to help the owner of a circus recover some stolen funds before he finds himself out of a job.NO CIRCO
"Irving Thalberg foi o produtor dos dois primeiros filmes dos irmãos Marx na MGM. Sua morte afetou em cheio a qualidade dos projetos seguintes do grupo. Isso fica evidente aqui, um trabalho já sem o mesmo nível de texto e com poucos momentos memoráveis." (Regis Trigo) - DirectorMichael PolishStarsWinona RyderMark PolishSean AstinAn author who returns to his hometown to deliver a commencement address to a class of graduating high school students has to deal with his feelings for an old flame as well as the advances of a student who has the hots for him."Comédia romântica mínima, pequena, com atrativos quase que inexistentes (Winona, o que você faz aqui?)." (Alexandre Koball)
- DirectorGuillem MoralesStarsBelén RuedaLluís HomarPablo DerquiThe story of a woman who is slowly losing her sight whilst trying to investigate the mysterious death of her twin sister."Um suspense requintado, com reviravoltas bem desenvolvidas, boa técnica (embora tudo isso não seja lá um elogio muito grande, é praticamente o básico do cinema comercial moderno). A forma como lida com a relação imagem/visão é interessante também." (Alexandre Koball)
- DirectorCharles ChaplinStarsCharles ChaplinMaxine AudleyJerry DesmondeA recently-deposed European monarch seeks shelter in New York City, where he becomes an accidental television celebrity and is later wrongly accused of being a Communist.UM REI EM NOVA YORK
"Chaplin deixando de lado a necessidade de ser engraçado a todo o momento para mostrar sem dó o seu lado mais amargo e crítico. Ele nunca esteve tão livre de seus próprios artifícios." (Alexandre Koball)
"Chaplin já havia satirizado diretamente o nazismo em O Grande Ditador, aqui faz um ataque frontal ao macarthismo, crítica a televisão e a publicidade, e com muito bom humor destila seu ressentimento contra o país que o exilou. Quase uma obra-prima." (Vlademir Lazo)
"Chaplin deixando de lado a necessidade de ser engraçado a todo o momento para mostrar sem dó o seu lado mais amargo e crítico. Ele nunca esteve tão livre de seus próprios artifícios." (Heitor Romero) - DirectorDominic JamesStarsJohn Pyper-FergusonEmily HampshireCaterina MurinoSix strangers wake up in cells in an underground facility. Their captive decides their fate with the roll of a die.JOGOS SUICIDAS
"Carece de nojura e tensão para ser relevante." (Alexandre Koball) - DirectorMike MillsStarsEwan McGregorChristopher PlummerMélanie LaurentA young man is rocked by two announcements from his elderly father: that he has terminal cancer and that he has a young male lover."Cai em clichês e estereotipa seus personagens, mas é sensibilíssimo, emocionante e belo, com um toque certeiro de bom humor." (Alexandre Koball)
"O filme cresce nos flashbacks, quando o protagonista, ainda garoto, contracena com a mãe, e já mais velho, com o pai. No tempo presente, o romance se alonga demais, e a obra se arrasta um pouco. Mas no geral, um trabalho delicado e acima da média." (Regis Trigo)
69*2011 Globo - DirectorF.W. MurnauStarsGeorge O'BrienJanet GaynorMargaret LivingstonA sophisticated city woman seduces a farmer and convinces him to murder his wife and join her in the city, but he ends up rekindling his romance with his wife when he changes his mind at the last moment."Não apoio obrigatoriedades quando se fala de cinema, mas Aurora é um filme essencial para a bagagem de qualquer cinéfilo, tanto pelo seu significado como marco inicial de uma nova era importante para o cinema como também pelo seu amplo valor histórico." (Heitor Romero)
"Dá um passo a mais em relação aos filmes de sua época: o protagonista é violento, busca redenção na cidade grande, reapaixona pela sua mulher; porém, nada disso é comparável ao espetacular uso da câmera, que parece espiar cada passo do casal." (Rodrigo Cunha)
"É daqueles casos especiais em que a forma deixa o filme muito mais interessante. Câmara com movimento - algo até então revolucionário - narrativa com pequenos flashbacks elegantes e fotografia auxiliar ao sufocante enredo." (Emilio Franco Jr)
Uma mistura de gêneros que utiliza a estética do Expressionismo Alemão. Se sai melhor quando funciona como terror ou suspense.
"Como um dos principais nomes do Expressionismo Alemão, Murnau foi convidado pelos estúdios da Fox nos Estados Unidos a realizar um filme desse estilo em Hollywood. O resultado acabou sendo Aurora, uma mistura curiosa – e boa – de drama, comédia, romance e suspense. Hoje, 80 anos depois de seu lançamento, o filme é reconhecido como um dos grandes de sua década. Embora não seja uma autêntica obra expressionista, ela possui muitos elementos que fizeram deste um dos movimentos mais interessantes da época muda do cinema, como cenários escuros, formas irregulares e expressões e maquiagem exageradas por parte dos atores. A história, simples, possui uma linha de desenvolvimento bastante irregular. Enquanto somos presenteados com uma cena incrivelmente tensa no ato inicial, quando o marido tenta matar sua esposa, afogando-a, a pedido de sua amante (o suspense é simplesmente perfeito), minutos depois estaremos presenciando uma cena do mesmo marido correndo atrás de um porco em um parque de diversões, no melhor estilo de Chaplin. Dessa forma, vale destacar que o filme possui capítulos bem destacados, cada um representando um dos gêneros citados anteriormente. Mas nenhum deles acabaria sendo melhor que o primeiro ato. ''Aurora'' adquire traços totalmente inocentes quando o casal chega à cidade. Cenas singelas criam um contraste vibrante com as cenas de terror presenciadas até então. O casal se reencontrando, se apaixonando novamente, com diversões banais como uma foto romântica e um passeio no parque de diversões são exemplos dessas cenas. Murnau criou uma boa diferenciação com o conflito campo versus cidade, e os dois lugares são tratados como mundos totalmente opostos. A cidade é tratada como uma vilã (a amante do marido mora lá), enquanto o campo é um lugar apaziguador, com pessoas colaborativas. A diversão que o casal encontra na cidade parece sempre artificial, conquistada somente com o dinheiro, basta reparar na quantidade de cenas que mostram o marido pagando pelo entretenimento às outras pessoas. Os cenários são densos, escuros, aterradores, como o Expressionismo declarava que deviam ser. Em todo o filme há sombras, e mesmo o parque de diversões possui aspecto que lembra um lugar aterrador, ainda que de forma quase subliminar. Ao mesmo tempo em que temos essa parte do filme situada para a comédia e para o romance, o clima nunca é leve, o que traz uma sensação de estranhamento única, porém previsível para um filme do estilo e do diretor Murnau. Não é algo necessariamente bom, as cenas cômicas parecem ter sido feitas sob encomenda pela Fox para o diretor, somente para agradar ao público. Elas não se encaixam na estética de forma alguma, e alguns trechos como um porco ficando bêbado são absolutamente gratuitos. ''Aurora'' foi o primeiro filme da Fox que teve uma trilha sonora previamente gravada. Além disso, há outros aspectos técnicos interessantes a serem destacados. Apesar de ser lançado no ano de surgimento do cinema falado – 1927 – o filme ainda é da era muda, mas contém caracteres de falas bem dinâmicos, tratados com efeitos especiais, como a palavra afogada, que aparece escorrendo na tela. Algumas superposições de imagens, principalmente na introdução do filme, são bastante interessantes e inteligentes para a época, trazendo um ritmo veloz e divertido aos primeiros minutos do longa-metragem. Embora não seja este o filme correto para conhecer a filmografia do diretor Murnau, e muito menos para conhecer melhor o movimento do Expressionismo Alemão, ''Aurora'' é uma mistura de gêneros interessante e no mínimo diferente. Nesse caso, o conteúdo não encaixou perfeitamente com a estética, mas pelo menos isso resultou em um trabalho intrigante que vale a pena ser conferido por quem gosta de cinema. A primeira parte do filme é simplesmente sensacional, com uma seqüência tensa e assustadora. Daí para frente, cabe a você julgar se gosta da combinação que o diretor alemão criou a pedido de um estúdio norte-americano." (Alexandre Koball)
Um dos grandes filmes do início do cinema, Aurora cristalizou a despedida do cinema mudo e a chegada de uma nova ordem.
''Um dos mais emblemáticos filmes da era do cinema mudo, Aurora é, mais que um tocante filme com uma história de amor, um filme que discute mudanças sociais. Ainda que seja do início do século passado, debate questões que estão muito presentes no mundo atual, como a do êxodo rural e a sociedade de consumo – afinal, recentemente a população urbana, pela primeira vez na humanidade, ultrapassou em quantidade a população rural. Lançado em 1927 e dirigido pelo alemão F. W. Murnau, esta produção norte-americana é peculiar em diversos aspectos. Primeiro, por ser um filme que contém elementos da estética do cinema expressionista alemão, malgrado seja baseado em uma história de amor melodramática. Foi bastante significativo para a o cinema na época (apesar da baixa bilheteria), sendo considerado também o primeiro filme do Oscar - ainda que não tenha levado o principal prêmio, é a obra mais lembrada da primeira cerimônia da festa mais midiática do cinema. Entretanto, a grande contribuição de Aurora deve-se a sua narrativa simbólica, a sua mensagem que era um prenúncio das mudanças iminentes na sociedade do séc. XX. O ponto de partida da trama tem início quando um casal do campo tem a vida abalada pela chegada de uma estranha da cidade, que passa a ser amante do homem campestre, formando um triângulo amoroso. Até aí, nada excepcional. Porém, é certo que, entendido como uma obra de arte, um filme jamais será meramente uma narrativa literal, mas sim um discurso simbólico que lida com valores e concepções de mundo. Em sua carga melodramática, nas desventuras de um casal interiorano tendo sua vida tentada pelos prazeres da cidade, reside em Aurora o discurso que visa debater a dualidade entre campo e cidade, o fascínio exercido pelo ambiente urbano e toda a sua velocidade, automatização e suas pirotecnias – o primeira imagem do filme é justamente de uma estação ferroviária, trens e máquinas em movimento. Frente ao ambiente pacato e ingênuo do interior, surge de forma ameaçadora uma nova ordem, voltada ao prazer, ao rompimento com a moral e com valores religiosos. Esteticamente, ''Aurora'' revolucionou o cinema americano, até então predominantemente um cinema de câmera estática e plano fixo. Logo nas sequencias iniciais, a câmera passeia em tomadas sem cortes pelo ambiente rural em pleno luar, uma movimentação de câmera primorosa que fez escola e maravilhou os cineastas da época. Os contrastes de claro e escuro, não somente a grande característica visual do filme, também uma herança do cinema alemão da década de 20, atribuem um significado à dualidade entre campo e cidade, mas também a consciência cindida de um homem diante de tentações. Nesse sentido, há um tom melancólico de despedida de uma época que marca Aurora. A revolução industrial, a velocidade dos trens, o automatismo das máquinas, o estabelecimento do capitalismo e o consumo crescente são postos no filme como agentes transformadores, elementos que agem no sentido de romper, em um caminho sem volta, valores como honestidade, integridade e fidelidade. A mulher urbana, bem caracterizada com cabelos negros e curtos, parece interessada em dinheiro sem enxergar obstáculos que não possam ser superados pela quebra da moral – nem que para tanto seja necessário trair e matar. Nesse ponto, é possível vislumbrar um fenômeno de intertextualidade com o livro de Gênesis, presente na Bíblia. A transgressão, o pecado e a quebra de conduta no livro são propostas pela mulher, que, em Aurora, da mesma forma, parte da personagem da mulher urbana que, sorrateiramente, propõe o assassinato da esposa ao homem do campo. Inegavelmente, há um tom religioso forte em Aurora. Em momento de arrependimento, ouvem-se os sinos badalando na Igreja (Aurora já contava com efeitos sonoros). Do mesmo modo, sua esposa suplica pela vida fazendo o gesto da oração com suas mãos. Assim como personagens bíblicos, o camponês interiorano parte em uma jornada de provação e redenção, na busca por absolvição dos pecados ao longo do filme. Não por acaso, o momento onde o homem cai em si, resgata seus valores originais (antes da intervenção do simbolismo da cidade), é justamente dentro da Igreja, ao presenciar um juramento de casamento. Ao ouvir badalar dos sinos ao longo de todo o filme, é possível sentir uma espécie de presença metafísica pontuando todo o longa. O próprio afogamento da esposa, a tormenta na volta, o arrependimento, tudo isso parece surgir como um castigo dos céus, uma força natural punitiva, justamente como em uma provação de personagem bíblico. Se doze anos antes, D. W. Griffith, pai da linguagem cinematográfica, trazia para o cinema mudo uma produção que abordava a guerra de secessão, como fez em O Nascimento de uma Nação, aqui, num campo muito mais sutil e simbólico, o entrave permanece. Com o final feliz, aparentemente há um triunfo da vida serena, do trabalho honesto, a vitória do amor sobre as tentações. No entanto, é possível que o final feliz tenha sido construído mais no intuito de agradar o massivo público feminino da época, uma realização do gosto burguês pelo equilíbrio e harmonia do lar do que uma constatação premonitória dos rumos dos novos tempos. Hoje é mais que evidente que o ambiente urbano e seus valores, sua lógica do espetáculo e do conforto triunfaram sobre o ambiente rural, haja visto o êxodo rural, o inchaço da população urbana e a galopante massificação do consumo. Depois de 1927 o cinema passou a ter som, houve a quebra da bolsa, a Segunda Guerra Mundial, as transformações sociais dos anos 60, e muito da ingenuidade, dos valores morais e da relação do homem com a religião mudou. E não há dúvidas de que Aurora era um cinema à frente de seu tempo." (JUliano Mion)
01*1928 Oscar
Top 250#158 - DirectorMichael PowellStarsKarlheinz BöhmAnna MasseyMoira ShearerA young man murders women, using a movie camera to film their dying expressions of terror."Se as motivações psicológicas do protagonista parecem ter envelhecido, os elaborados enquadramentos e o sofisticado uso da luz - marcas registradas do diretor Michael Powell - explicam o culto que o filme conquistou ao longo dos anos." (Regis Trigo)
"O fetiche do olho, frontal e vulgar, pela primeira vez exposto no cinema. Em A Tortura do Medo, os pontos de vista trespassam uns aos outros, se refratam e se devoram na retina do espectador, que é vítima e assassino, lentes e tela ao mesmo tempo." (Luis Henrique Boaventura)
"Junto com Psicose, influenciou toda uma geração de filmes de terror americanos, em especial os slashers, além de ter sido um dos pioneiros em usar o recurso de colocar o espectador na posição de cúmplice do assassino." (Heitor Romero) - DirectorWes CravenStarsSandra PeabodyLucy GranthamDavid HessTwo teenage girls heading to a rock concert for one's birthday try to score marijuana in the city, where they are kidnapped and brutalized by a gang of psychopathic convicts."À frente de seu tempo com relação ao nível de violência apresentado (incluindo cena de estupro e muita nudez), ao mesmo tempo em que adota um tom satírico muito divertido (com interpretações pífias). Violência gratuita, mas entretenimento excepcional." (Alexandre Koball)
"Um filme que continua hoje bem pesado(muito mais que seu remake)e chocante, embora ainda que cheio de problemas técnicos e enfraquecido por atuações mornas. O humor sutil peculiar de Craven também está presente." (Heitor Romero) - DirectorNicolas Winding RefnStarsMads MikkelsenMaarten StevensonAlexander MortonForced for some time to be a fighting slave, a pagan warrior escapes his captors with a boy and joins a group of Crusaders on their quest to the Holy Land.O GUERREIRO SILENCIOSO
"É difícil não se deslumbrar com a força das imagens de Winding Refn e com a impecável construção de uma atmosfera quase onírica. Porém, quando não há uma história ou personagens interessantes, a jornada se torna entediante e cansativa, o que ocorre aqui." (Silvio Pilau) - DirectorJohn HamburgStarsPaul RuddJason SegelRashida JonesFriendless Peter Klaven goes on a series of man-dates to find a Best Man for his wedding. But, when his insta-bond with his new B.F.F. puts a strain on his relationship with his fiancée, can the trio learn to live happily ever after?"Uma comédia romântica de amigos, quem diria. Surpreende positivamente, da trama original à ótima trilha sonora baseada na banda Rush." (Rodrigo Torres de Souza)
"Tem espírito leve e diversão descompromissada verdadeira." (Alexandre Koball)
"A trilha-sonora (Rush, Spoon, Flaming Lips, Vampire Weekend) é genial, e o filme possui humor bastante divertido pensado sobre trivialidades de relacionamentos entre amigos e entre casais. Bela surpresa." (Daniel Dalpizzolo)
"Imprevisível e bonito, mas nunca tão engraçado a ponto de nos marcar. Mas nem é essa a intenção, 'Eu Te Amo, Cara', diferente das outras comédias, quer nos fazer pensar. Mas a que preço?" (Rodrigo Cunha)
"A premissa é tão parecida com a do filme Meu Melhor Amigo, de Patrice Leconte, que até parece uma refilmagem. Nas entrelinhas, o roteiro traz uma interessante discussão sobre a descoberta da sexualidade masculina. E Paul Rudd é um ator sempre confiável." (Regis Trigo)
"Fugindo bastante dos clichês, filme diverte e entretém, principalmente graças ao ótimo elenco. Além disso, o roteiro e a direção de Hamburg oferecem um olhar de ternura aos personagens, tratando-os como pessoas reais. Merece ser descoberto." (Silvio Pilau)
"Legal. Que os insights de Seinfeld continuem inspirando filmes nos próximos anos." (Luis Henrique Boaventura)
"Várias piadas se perdem naquele meio, seja porque o humor não é particularmente inspirado ou mesmo porque falta timming a algumas cenas. Contudo, quando investe essencialmente no relacionamento, o filme rende ótimos momentos e enfim encontra seu caminho." (Junior Souza) - DirectorAkira KurosawaStarsTakashi ShimuraNobuo KanekoShin'ichi HimoriA bureaucrat tries to find meaning in his life after he discovers he has terminal cancer."Sentimentalismo pedante, que fica o tempo todo tentando forçar o espectador a sentir dó do personagem principal para a história atingir seu objetivo. A meia hora final é uma enrolação sem fim e o que vale mesmo é a cena do balanço." (Heitor Romero)
1953 Urso de Ouro
Top 250#140 - DirectorÉric RohmerStarsAmanda LangletArielle DombaslePascal GreggoryMarion is about to divorce from her husband and takes her 15-year-old niece Pauline on a vacation to Granville. She meets an old love..."O plot dos filmes de Eric Rohmer é quase sempre o mesmo: João ama Maria que ama Pedro que ama Ana que ama João. Aqui, o diretor nos mostra que, em termos de conflitos amorosos, os adultos podem ser tão ou mais imaturos e egoístas quanto os adolescentes." (Regis Trigo)
"Em viagem à praia, Pauline participa pela primeira vez das complicações dos relacionamentos entre homens e mulheres - especialmente os amorosos - e é diretamente influenciada pelos desvios morais dos adultos que a cercam. Grande filme de Rohmer." (Daniel Dalpizzolo)
1983 Urso de Ouro - DirectorÉric RohmerStarsAndy GilletStéphanie CrayencourCécile CasselA romantic drama centered around a young shepherd and shepherdess and the ramifications of their forbidden affair.OS AMORES DE ASTRÉE E CÉLADON
"Rohmer utiliza-se da literatura clássica e da mitologia celta e romana para compôr um universo fantasioso em que, em meio a druídas, deuses e ninfas, vivemos um conto idílico de contemplação ao amor verdadeiro. Um delicioso filme experimental." (Daniel Dalpizzolo)
"Muitos o colocam entre os melhores filmes da primeira década de 2000. Não chegaria a tanto, mas é um belo e coerente encerramento da carreira de Rohmer, em que ele recorre às lendas mitológicas para falar do seu tema principal: os conflitos amorosos." (Regis Trigo)
2007 Lion Veneza - DirectorMarco BellocchioStarsGlauco MauriElda TattoliPaolo GraziosiVittorio is running as a Socialist candidate for the municipal office, but he gets overwhelmed by love, family and political entanglements.A CHINA ESTÁ PRÓXIMA
"Bellochio faz uso da comédia anárquica para abordar a falta de ideologia política, a diferença de classes, o oportunismo social, a liberdade sexual e a religião. A estrutura é um pouco episódica demais, mas os temas pemanecem tão atuais quanto nos anos 60" (Regis Trigo)
1968 Lion Veneza